Rasgue. Sinta latejando a pele que não possuirá mais. Despido, torna-te visceral. Abstenha-te daquilo que consumes. O Sangue, o ar, o sabor já não te importarão mais. Verei somente estrutura. Enrijecida com trajes de osso. Ossos trajados, materialmente diminutos. Porém o conjunto de tudo que és - assim eu espero - será grandioso.
Rara és tu, alma de osso. Pois pouca entre muitos, teu âmago é de céu e inferno, é de láctea e andrômeda, de mercúrio e plutão. Afortunada és tu, alma de carne. Que pelos rígidos músculos exibem tuas vísceras, que de vísceras valem a carne. Moderada és tu, alma de sangue. Onde na veia percorre a essência de um ser que tem o que ser, mas não sabe o ser.
Mas você!... alma de pele. Tu vagas pelos cantos. Arrasta. Esconde. O mais belo corpo. Beleza que seduz aos olhos dos muitos que se esqueceram. Aos muitos dos tropeços que tiveram nem ao menos tentam ficar nús.
Você possui suor, óh céus, que rega a pele à temperatura que estás. Pois queima-te! Deixa-te levar pela temperatura que tu és. Daquela que tu fostes.
Alma de pele, onde vai parar? Tu vês a beleza. Engana. Quem dera soubestes que quem se exibe na luz, projeta a sombra. Sombra de quem tu és. Sombra de quem tu foras. A muito esquecida. A muito perdida. A pouco mostrada.
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