domingo, 8 de abril de 2012

Sem mais delongas, ele está em algum canto

Quando se trata de possibilidade, não existe um ponto. Existem apenas vírgulas, ponto e vírgulas, duvidosas reticências. Coexistem no infinito do tudo e vai até o nada – e assim do nada de novo até o tudo. São meras cartas jogadas na mesa do acaso ou, se assim preferes chamar, na distinta mesa do destino, sempre pronta, confortável. Inerte.

Se existe acaso ou se existe destino, o que deves enxergar, assim sem delongas, é que existe um curinga sempre à mão. Na teia de possibilidades há sempre um curinga te espreitando. Porém somente teu canto dos olhos o enxerga. Já pensaste em usá-lo na partida do jogo?

Pois o curinga não é um escarnio: ele caminha fiel no tear infinito do tempo. No tear que foi sempre teado e sequer deixará de sê-lo. Nele as possibilidades existem e coexistem, num passado distante, no futuro que já aconteceu. No presente é tudo ou de uma vez nada é. Ele é um equilibrista se divertindo pelos fios. Escolha-o que não precisarás dar a próxima jogada. Cada carta é um mundo. Mas na mão há sempre um curinga. Basta olhar com atenção.