quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Quem morre?

Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, 
Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos… 
Viva hoje. Arrisque hoje. Faça hoje. Não se deixe morrer lentamente.
Não se esqueça de ser feliz!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Qual você escolhe?

Suponhamos que eu jogue uma pedra num rio
E essa pedra assuste um peixe que sai nadando
Quanto à ordem natural e ao que chamamos destino
Estaria participando ou estaria interferindo?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Disse o gato

“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato. 
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice. 
"Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato. 
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou. 
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Markus Zusak - em A menina que roubava livros

"As palavras não foram ditas, mas decididamente estavam lá, em algum ponto..."

sábado, 13 de novembro de 2010

E Jung disse:

"Até onde conseguimos discenir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência."
"Só aquilo que somos realmente tem o verdadeiro poder de curar-nos."
"Acredito que alguma parte do Eu ou da alma não está sujeita as leis do espaço e do tempo."
"Quem olha para fora, sonha e quem olha para dentro, acorda."
"Tudo depende de como vemos as coisas e não de como elas são."
"Dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos."
Carl Jung

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Keep Going

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, não importa o nome que damos. O que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã…Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas. Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa… Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba. Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010



"... A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas mas não posso explicar a mim mesma..."
Alice in Wonderland

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pela primeira vez.

Não quero um texto bonito, não espero que isso dê certo, só quero um desabafo. Só quero tentar me expressar, estou tentando um grito desesperado no silêncio. As portas se fecham, mas se abrem ao mesmo tempo. Como vê, estou escrevendo sem saber o que falar. Palavras no vazio. O vazio nas palavras. É tudo tão certo, mas tudo tão incerto. Desabafo. Suspiro. Tento me obrigar a escrever, mas como irei escrever, se o que grito é só um sopro no ar? Um suspiro da mente. Mente é essa que se cala. Mas que não suporta se calar. Para onde foram as palavras? E todas aquelas criticas? Sigo sem rumo, tentando me agarrar pelo ar. Já tentei mais de uma vez. E acho que dessa vez está funcionando. É, está funcionando agora. Me desprendi de você, mas pude agarrar a mim mesma. Paradoxo. Confusão. Você não entende o que eu quero lhe dizer. É provável que nunca entenderá. Minha lingua é uma lingua desconhecida. Não a conheço, mas a falo fluentemente. Palavras novamente no vazio. Esse mundo não é para mim, ele pega fogo. Ele queima e queima e queima. E ele grita comigo, suspira em meu ouvido, tão sereno, entrando em colapso. Só eu ouço, só eu ouço as faiscas se atiçando. Você também pode escutar? Eu tentei te falar, mas seus ouvidos não conseguem entender! Eles não conseguem pulsar no mesmo tom, bater no mesmo ritmo. O que houve? Tudo se perdeu nesse vazio que tanto me encara? Ou será que a culpa foi do grito que se calou? Ou da alma que se mostrou no escuro? Tentei te falar, querido. Meu coração quis avisar. Mas deu tudo errado. Nada saiu como o planejado. Só gritei junto com o mundo que estava em chamas. Você não conseguiu me escutar, mas meu coração tentava te dizer. Tentava te dizer que tem uma explicação. No meio de tanto paradoxo, tinha uma razão. Era um fato, se posso assim me arriscar a dizer. Tudo se repetiu, mas dessa vez foi diferente de todas as outras. O grito foi escutado pela primeira vez. Ele foi! Um grito diferente do já escutado antes. Conseguiram o escutar. Eu pude ouvi-lo. Querido, não se preocupe. Estou escutando-o. Ele soa como sincero, não se preocupe com isso também. Ele é o som de um coração que pulsa. Estou escutando, está batento. Está batendo bem aqui. Você também pode escutar? Talvez nunca consiga escutar... queria que pudesse ouvir comigo. Minha insanidade grita mais uma vez. E é escutada. É, dessa vez ela é escutada.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sou tua essência.

-Que diabos é você?
-Poderia dizer que sou você, mas não...  sou a essência, o que poderia e deveria ter sido, mas podes me chamar de consciência. Quando digo que sou a essência, digo que sou verdadeira. Tu foste inventada ao longo dos anos. Falsa e ilusória. Buscaste predicados que não são teus e pôs-te dona deles. Mentirosa, quase convenceu. Mas todas as noites tu te perguntas quem tu és de verdade. Pois eu te digo, tu és essa imagem que te inferniza, perdida a algum tempo atrás disposta a retomar meu lugar.

- Isso não faz sentido. Eu sou o que a vida e as situações fizeram de mim. Eu apenas vivi e fui sendo quem sou.

- Não, tu não és. E valia alguma coisa quando sabias que não era. Mas usou tanta maquiagem que essa pregou em teu rosto e hoje não é mais possível ver teus traços originais. O que foi feito de ti? As pessoas te conhecem por adjetivos que não são teus. O que te salvaria, deixaste para traz. Viver é muito fácil para os acomodados de pensamentos. Para aqueles que engolem explicações e idéias alheias e não questionam, apenas vivem seguindo regras. A ti foi dado o direito de pensar, criar, viver melhor com tuas constatações e sofrimento, mas a diferença te incomodou e você quis fazer parte da massa acomodada. Não percebeste que jamais teria paz assim? Eu sou a verdade e cedo ou tarde apareço. A verdade traz sofrimento e angústia para os inimigos, os falsos.

- Qual é sua missão então? Me deixar louca?

-Tu estás louca. Mas eu sou teu ínfimo momento de lucidez. A loucura te persegue há anos, desde o dia que deixaste de ser quem era. A loucura não te fazia perceber e por isso não a julgou loucura. Confundiste-a com consciência e afirmaste que era limpa. A loucura é um molde sujo, a consciência é verdadeira e muitas vezes cruel, por isso julgaste-a inimiga.

-Será isso? Será que me moldei para parecer o que por um momento julguei o ideal? Será que não sou nada do que sou? E tudo que acredito não passou de invenção de um eu inventado?

- Tu fizeste isso! Passaste por quem não era e criaste uma teia de aranha, tua própria armadilha. Se os outros te conheceram por quem não era, vão julgar-te louca quando mostrar quem és. A máscara que vestias te deformou.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas

E voltou, então, à raposa: 
- Adeus, disse ele... 
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. 
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. 
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. 
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.